18.07.2024
Do BLOG AEVO
Por Lillian Donato Lillian Donato/Gestão da Inovação
Ambidestria Organizacional: o que é, como funciona e exemplos
Ambidestria organizacional é um conceito que, quando aplicado, busca balancear o portfólio de inovação de uma empresa, equiparando os esforços em inovações de sustentação, focadas em sustentar o valor do negócio no presente, e inovações de crescimento, que constroem o futuro da organização.
Ambidestria organizacional é um conceito que, quando aplicado, busca balancear o portfólio de inovação de uma empresa, equiparando os esforços em inovações de sustentação, focadas em sustentar o valor do negócio no presente, e inovações de crescimento, que constroem o futuro da companhia.
Existem muitas empresas que se preocupam quase que unicamente com as estratégias que geram resultado para o momento atual da organização, esquecendo-se de estruturar e planejar muito bem o futuro.
Na gestão da inovação, é preciso saber como aumentar a eficiência de seu negócio. Por isso, é fundamental compreender como administrar suas diferentes fontes de valor.
Nesse cenário, surge a ambidestria organizacional como uma forma de manter um equilíbrio dessas atividades. Assim, objetivos de curto e longo prazo integram-se a uma inovação que convive com os demais investimentos da organização.
Saiba mais sobre o conceito de ambidestria organizacional, como aplicar à sua estratégia de inovação e confira exemplos práticos em torno deste conceito. Continue a leitura.
O que é ambidestria organizacional?
Ambidestria organizacional é o equilíbrio entre os esforços e os investimentos em inovações de sustentação (exploitation) e inovações de crescimento (exploration) do negócio. Ou seja, é como a empresa explora a sua capacidade de inovação e eficiência, trabalhando inovações para o curto e longo prazo.
Para as empresas que já inovam, ou que querem começar a investir na estratégia, existe a dúvida de como equilibrar o portfólio de inovação para que nenhuma ponta fique solta, de maneira que tenhamos os resultados esperados em seu devido período.
O equilíbrio entre essas estratégias, principalmente no que se refere às inovações de sustentação e de crescimento, ao longo do tempo, é chamado de ambidestria organizacional.
Pilares de inovação
Em fevereiro de 1991, James G. March, professor da Faculdade de Stanford, nos Estados Unidos, lança seu estudo Exploration and Exploitation in Organizational Learning – em uma tradução livre, Exploração e Explotação no Ensino Organizacional.
Nele, March propõe que há um risco quando se coloca o foco apenas em um tipo de atividade. Nesse caso:
Inovação de sustentação (exploitation)
Inovação de sustentação (exploitation) é uma estratégia de inovação que tem como finalidade sustentar o valor do negócio no presente, mantendo a empresa competitiva e relevante no mercado, com impacto direto em seu Core Business.
Nesse modelo, nós concentramos em inovação incremental, ou seja, envolvemos todos os colaboradores da organização para aproveitar a aproximação dessas pessoas com o processo ou o produto da sua organização, com foco em uma melhoria contínua.
As ideias e sugestões dos colaboradores geram resultados incríveis, fortalecendo o negócio atual e mantendo-o em constante evolução.
Para exemplificar a inovação de sustentação, temos a Netflix.
Quando o streaming produz um conteúdo original está alimentando seu negócio atual, ampliando a sua autoridade e se tornando cada vez mais independente de conteúdos de terceiros (multiplicando suas margens de lucro).
Ou a Apple, que mantém como carro chefe o iPhone, e ano após ano, lança um novo modelo de celular, com funcionalidades novas, atribuindo mais valor à marca e ao aparelho, além de manter-se atualizada em um setor que tem alta exigência de evolução.
Inovação de crescimento (exploration)
Já as inovações de crescimento são iniciativas que buscam prever as variáveis que, hoje, a organização não pode controlar, buscando novos caminhos onde o produto atual pode trilhar, se adaptar ou conquistar um mercado completamente diferente.
O termo em inglês para essas iniciativas de crescimento é exploration e, como o próprio termo já deixa claro, nós visamos explorar novas alternativas.
Utilizando os mesmos exemplos anteriores, não podemos nos esquecer que, no passado, a Netflix estava em um mercado completamente diferente: o de e-commerce a varejo de DVD’s de produções terceirizadas.
No período de dez anos, a empresa mudou de varejo de DVD’s para produtora de conteúdo e, principalmente, serviço de streaming (essa transição é conhecida como inovação de crescimento).
Ou seja, provavelmente, há 10 anos, o streaming era apenas uma opção no horizonte e, hoje, é o carro-chefe da empresa.
Dessa forma, o que faz com que uma organização tenha sucesso na inovação é sua capacidade de inovar e, ainda assim, ser eficiente.
o vimos, a inovação é um ato de risco e lidar com o risco em todas as esferas da empresa nem sempre pode se resumir a uma inovação radical, é preciso cuidar da base.
A ambidestria organizacional define, justamente, essa capacidade e a necessidade de seu equilíbrio.
No entanto, como lidar com atividades de naturezas distintas dentro da mesma organização?
Sua empresa pode arriscar, ao mesmo tempo, em que realiza investimentos seguros naquilo que já conhece?
Em que ponto as grandes marcas enfrentam a ambidestria organizacional, na prática? A seguir, descubra mais sobre esses pontos.
No cenário atual, alcançar a melhor ambidestria organizacional possível significa o entendimento de como direcionar os esforços de sua empresa.
São diferentes lógicas que, quando colocadas lado a lado, exigem diferentes recursos e requisitos para que gerem o resultado esperado.
Os processos de gestão de inovação também são alinhados pelo equilíbrio buscado na ambidestria organizacional da empresa.
Isso significa que a inovação radical das atividades de exploração pedem por um longo prazo. Em contrapartida, a inovação incremental em ações de explotação é mais bem adequada a ações pontuais, de curto a médio prazo.
Um exemplo da ambidestria organizacional entre as maiores empresas da atualidade pode ser visto na Amazon.
Seu principal serviço de suprimento, compra e venda de produtos em sua loja virtual, permanece sendo a parte incremental: o que era um e-commerce apenas de e-books, hoje vende produtos de todos os nichos.
Ao mesmo tempo, em que a Amazon investe em melhorias na estrutura base, existem esforços na exploração de novos empreendimentos.
O experimento do Amazon Go é um caso de exploração, de inovação radical e disruptiva. O Amazon Go nada mais é do que uma loja física presente somente nos Estados Unidos, sem caixas e processo de checkout.
O cliente entra na loja por meio de uma catraca, liberando sua passagem com o aplicativo da Amazon Go no celular.
Depois disso, ele pode pegar das prateleiras os produtos que deseja e depois simplesmente ir embora. Os produtos escolhidos são adicionados automaticamente no carrinho de compras virtual e cobrados quando você sai da loja direto na sua conta
Como isso é possível? Por meio de visão de computadores, aprendizado profundo de algoritmos e sensor de fusão. São ações como essa que garantem a imagem da Amazon como empresa pioneira e inovadora.
O equilíbrio entre serviços e negócios, que pedem por diferentes tipos de inovação, é a base da ambidestria organizacional.
Nesse processo, o ambiente também é um grande fator de influência na forma de se trabalhar com inovação.
Um mercado mais dinâmico e aberto a novas possibilidades recebe melhor a exploração e a inovação radical.
Já um ambiente competitivo, no qual todas as empresas disputam em uma paridade de recursos, ações de explotação, ou incrementais, têm vantagem.
É importante ter em mente de que ações ambidestras não se refletem somente no dinamismo ou na competitividade do ambiente externo.
Internamente, a ambidestria organizacional é diretamente influenciada pelos mecanismos de integração da empresa. Isso significa que, para alcançar a ambidestria organizacional, é necessário primeiramente dominar processos de planejamento e implementação da empresa.
Leia a íntegra do desse artigo clicando aqui
Para saber mais:
Ambidestria Organizacional: Como equilibrar Sustentação e Disrupção?
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Fonte:https://blog.aevo.com.br/diferenca-inovacao-incremental-e-radical/?utm_source=landing-page&utm_medium=content&utm_campaign=material-manual-programa-ideias