A Previdência Complementar no Brasil: Estrutura, Evolução e Vantagens

17.10.2025
Postado por Irineu Messias

A proteção social é uma preocupação que remonta a culturas antigas como Grécia e Roma. Atualmente, essa preocupação se materializa na Seguridade Social, um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

O Sistema de Previdência Social Brasileiro está estruturado em três pilares principais: o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) e o Regime de Previdência Complementar (RPC). Enquanto o RGPS (operacionalizado pelo INSS) destina-se aos trabalhadores do setor privado e empregados públicos celetistas, e o RPPS (obrigatório) destina-se aos servidores públicos estatutários e militares, o Regime de Previdência Complementar (RPC) assume um papel de destaque como opção para a construção do bem-estar futuro.

Características e Evolução do Regime de Previdência Complementar (RPC)

O RPC possui características fundamentais que o diferenciam dos regimes básicos: é organizado de forma autônoma, tem caráter complementar ao RGPS, e sua adesão é facultativa. Por ser autônomo, a concessão de benefícios pelo RPC independe do recebimento de benefícios dos outros regimes.

Historicamente, o primeiro registro da Previdência Complementar no Brasil data de 1835, com a criação do Montepio Geral de Economia dos Servidores do Estado (Mongeral). Contudo, o marco regulatório inicial moderno foi a Lei n.º 6.435, de 1977. Posteriormente, em atendimento ao Art. 202 da Constituição Federal, as Leis Complementares n.º 108/01 e n.º 109/01 trouxeram uma nova dinâmica para o segmento.

Financiamento e Estrutura

O RPC adota o regime financeiro de capitalização, caracterizado pela formação de reservas constituídas pelas contribuições recebidas e pela rentabilidade dos recursos investidos. O objetivo das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) é alcançar a rentabilidade necessária para o pagamento dos benefícios, priorizando a segurança em vez de buscar investimentos de maior risco.

O RPC é operado por dois tipos de entidades:

1. Entidades Abertas de Previdência Complementar (EAPC): Possuem fins lucrativos e são comercializadas por bancos e seguradoras.

2. Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC): Foco principal no segmento, as EFPC (também conhecidas como Fundos de Pensão) são entidades sem fins lucrativos. Elas administram planos criados por empresas (patrocinadoras) para seus empregados ou entidades de classe (instituidores) para seus associados.

A estrutura mínima de uma EFPC conta com um Conselho Deliberativo, uma Diretoria Executiva e um Conselho Fiscal. Essa governança, somada ao acompanhamento da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC), proporciona segurança e transparência aos participantes.

Modalidades de Planos e Investimentos

Os planos de benefícios previdenciários oferecidos pelas EFPC classificam-se em três modalidades, baseadas nas características dos benefícios programados:

Benefício Definido (BD): Garante o recebimento dos benefícios programados em valor previamente estabelecido, podendo as contribuições variar ao longo dos anos para assegurar sua manutenção.

Contribuição Definida (CD): O valor dos benefícios programados é baseado no saldo de conta acumulado (contribuições do participante, patrocinadora e rentabilidade), sendo pago enquanto houver saldo. As contribuições são definidas livremente.

Contribuição Variável (CV): Combina as modalidades BD (na fase de percepção) e CD (na fase de acumulação).

Para garantir o equilíbrio e a solvência dos planos, as EFPC definem anualmente uma Política de Investimento, observando diretrizes estabelecidas na Resolução CMN n.º 4.661/2018. Essas regras prudenciais buscam minimizar riscos, evitando especulações e proporcionando mais tranquilidade aos participantes.

Vantagens do RPC para os Agentes Sociais

O Regime de Previdência Complementar oferece vantagens significativas para todos os agentes envolvidos:

1. Para os Participantes: A principal vantagem é a formação de poupança previdenciária que proporciona uma renda adicional na aposentadoria, ajudando na manutenção da qualidade de vida. Outras vantagens incluem:

Proteção Familiar: Cobertura para casos de invalidez e falecimento.

Baixos Custos: EFPC, por não terem fins lucrativos, cobram taxas de administração apenas para sua manutenção e funcionamento.

Incentivos Fiscais: As contribuições do participante podem ser deduzidas até o limite de 12% dos rendimentos tributáveis no ajuste anual do Imposto de Renda (IR). A tributação (Regime Progressivo ou Regressivo) ocorre apenas no recebimento do benefício ou resgate.

2. Para os Patrocinadores e Instituidores: Para as empresas, oferecer planos de benefícios atua como um instrumento de Política de Recursos Humanos, motivando empregados, atraindo e retendo talentos. Isso fortalece a marca e a responsabilidade social. As contribuições realizadas pela empresa podem ser deduzidas como despesas operacionais até o limite de 20% da folha de salários, sem se vincular ao contrato de trabalho.

Para os instituidores (entidades de classe), a oferta de planos fortalece o vínculo associativo e a representatividade junto aos associados, defendendo seus interesses de maior proteção na aposentadoria.

3. Para a Sociedade: O RPC contribui para o desenvolvimento da cultura previdenciária e a ampliação da proteção social. Além disso, a poupança estável de longo prazo gerida pelas EFPC é utilizada para o desenvolvimento do País, com investimentos em infraestrutura, novas empresas e geração de empregos, substituindo a necessidade de endividamento externo.

Em resumo, o Regime de Previdência Complementar, especialmente no âmbito das EFPC, constitui uma ferramenta bem organizada e regulamentada que oferece ao trabalhador a oportunidade de planejar e construir um futuro financeiro mais tranquilo.

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Indicação ao STF: por que Jorge Messias?

16.10.2025
Por Marcelo Uchoa

Coragem, sensibilidade e firmeza institucional fazem de Jorge Messias o nome mais preparado para o STF

Jorge Messias (Foto: Victor Piemonte/STF)

As especulações sobre nomes para assumir a vaga de ministro do STF, na cadeira aberta com a saída antecipada do ministro Luís Roberto Barroso, aumentam diariamente. Tenho defendido que o nome mais adequado para assumir o posto é o do Advogado-Geral da União, Jorge Messias, e explicarei o porquê.

Um ministro do STF ideal deve conhecer o Direito, compreender e saber interpretar corretamente a Constituição, procurar ser justo em suas ponderações e decisões. Deve ser probo, honesto, competente, equilibrado no lidar e não pode ser arrogante, estando sempre aberto para receber advogados e com humildade reforçada para escutar a sociedade.

Apesar de jovem, Jorge Messias é egresso de uma plêiade de juristas que absorveu lições preciosas de Dalmo de Abreu Dallari. Sabe, por exemplo, que o bom juiz deve enxergar o cidadão além dos autos processuais, sem resumi-lo a calhamaços de papéis e documentos. Entende que a justiça se constrói com sensibilidade ética e coragem institucional e, falando em coragem, que é preciso tê-la para garantir a autoridade do Direito. Sabe, e sabe muito bem, que o juiz é a voz viva da justiça e que, se o juiz não fala com a verdade, a justiça fica muda, como profetizado pelo mestre único Piero Calamandrei.

No Brasil, todos reconhecem que o Poder Judiciário é tão aristocrático quanto complexo. É nauseante observar a foto da ministra Cármen Lúcia ladeada de dez homens de toga, circunstância que agride a vista e, sobretudo, a consciência de gênero e racial.

Em um cenário ideal, a Corte seria paritária entre homens e mulheres e diversa em cor, gênero e inclusão. Esses critérios, em tese, afastariam o ministro Jorge Messias da preferência para a vaga no STF. Porém, a realidade é bem diferente da idealização.

A atualidade do Brasil exige, mais do que tudo, coragem. No país, ainda se estão juntando os cacos de uma tentativa de golpe cujo trâmite segue em curso desde os Estados Unidos. Por isso, coragem é algo que o próximo ministro deve agregar de maneira robusta em seu portfólio pessoal, sendo esse atributo o que Jorge Messias vem provando ter durante toda sua trajetória no serviço público, em especial nos últimos dois anos, desde que assumiu a chefia da AGU.

Messias possui valentia, excelente trânsito institucional entre Poderes e instâncias federativas e capacidade ímpar de resolutividade nas ações. Não fossem ele e o atual delegado-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, ao lado do ex-ministro da Justiça, atual ministro do STF, Flávio Dino, e respectiva equipe, em janeiro de 2023 a tentativa de golpe teria se consumado.

Em mandato vindouro, o presidente Lula terá a oportunidade de indicar outros dois nomes para o STF. Quiçá seja o momento de minorar a falta de representatividade feminina e negra na Corte Suprema. Agora, a hora é de fortalecer a Corte com nomes já testados em termos de arrojo para defender a institucionalidade.

Verdade seja dita, o presidente Lula não está avesso à necessidade de reduzir as distorções de gênero e raça no Judiciário e nos espaços políticos em geral. Neste mandato, só em termos de Cortes Superiores, duas mulheres já foram indicadas para o STJ, outra para o TSE e outra para o STM, tribunal em que uma segunda ministra, a atual presidenta, já fora indicada por si em mandato anterior. O presidente tem nomeado mulheres e negros, egressos da magistratura ou de quintos constitucionais, em TRFs, TRTs e TREs. Jamais se pode esquecer que foi o presidente Lula o único mandatário da história republicana a indicar uma sucessora mulher para a Presidência do Brasil, a ex-presidenta Dilma Rousseff, que também foi recentemente indicada por ele para assumir a presidência do importante Banco do BRICS. A propósito, no Executivo, há dez mulheres em ministérios e, em termos de máquina pública, pelo menos duas mulheres estão à frente de empresas de elevadíssima relevância nacional: a Petrobras e o Banco do Brasil.

Portanto, se a opção do presidente Lula para o STF não for pelo nome do ministro da AGU, Jorge Messias, que seja pelo de alguém com os mesmos perfis objetivos e subjetivos, sendo relevante ressaltar a competência, a coragem e o compromisso com os programas sociais de governo e, também, com as pautas sociais gerais que defende em sua gestão e que são amplamente recepcionadas pela Constituição. Porque, para além de ser um grande quadro da República, Jorge Messias, evangélico “de verdade”, também é um comprovado humanista, defensor das populações mais sofridas e das pessoas mais vulneráveis.
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Fonte: https://www.brasil247.com/blog/por-que-jorge-messias

ARMA SECRETA CONTRA O ETARISMO (como usá-la): Inteligência da Resiliência Profissional (IRP)

06.10.2025

Do Linkedin de José Jerônimo*

Postado por Irineu Messias


O CURRÍCULO DELE FOI DESCARTADO POR “EXCESSO DE EXPERIÊNCIA”.

Ao invés de se render, ele abriu uma nova porta.

O mercado insiste travando a batalha errada. Procura juventude ou modismos… mas está perdendo a guerra mais importante: a da inteligência estratégica.

Aos 50, 55 ou 60+, muitos são taxados de “sênior demais”. Mas essa etiqueta esconde algo que pouca gente percebe: uma arma secreta, que não aparece no LinkedIn, nem em diplomas brilhando na parede. Essa arma chama-se Inteligência da Resiliência Profissional (IRP).

A IRP é o que transforma cicatrizes em força. É a capacidade de, diante da pressão, enxergar o que está invisível para os inexperientes. Não se aprende em curso rápido, nem em MBA. Aprende-se em crises enfrentadas, projetos fracassados que viraram vitórias, negociações que pareciam perdidas, mas foram resgatadas com habilidade e calma.

 E aqui está o erro fatal das empresas:

- ao descartarem profissionais experientes, deixam de acessar bilhões em soluções, inovação prática e sabedoria aplicada.

Mas não é apenas um problema das empresas. 

É também um chamado para os profissionais maduros: ativar e usar sua IRP com clareza, método e confiança.

 COMO TRANSFORMAR SUA IDADE EM VANTAGEM COMPETITIVA

- Mapeie suas Cicatrizes Estratégicas

Não descreva só cargos e funções. Relate crises que superou, erros caros que evitou, transformações que conduziu. Sempre com impacto mensurável: tempo economizado, dinheiro preservado, equipe fortalecida.

- Domine a Mentoria Reversa Ativa

Ofereça-se para ensinar lições de negócio enquanto aprende ferramentas digitais com os mais jovens. Isso quebra barreiras, gera respeito mútuo e mostra que intergeracionalidade é motor de inovação.

- Crie um Portfólio de Soluções

Não espere uma vaga. Identifique problemas comuns no seu setor e prepare soluções estruturadas com base na sua vivência. Apresente-se como solucionador, não como mais um candidato.

- Seja um Consultor Interno.

Mostre valor dentro da empresa antes de pedir reconhecimento. Traga soluções para gargalos reais. A confiança vem do resultado entregue.

- Construa Pontes Genuínas

Converse com jovens, participe de eventos, compartilhe ideias sem imposição. A intergeracionalidade é uma via de mão dupla — quem escuta, cresce.

Para as empresas: 

 Olhem para quem já entregou tudo isso sob fogo cruzado. Parem de filtrar por idade. Comecem a filtrar por IRP.

Para os profissionais: 

a sua idade não é obstáculo, é ativo estratégico. Só precisa ser apresentado do jeito certo.

DESAFIO: Qual é a sua Cicatriz Estratégica mais valiosa?

Compartilhe juntando com uma lição que só o tempo e a experiência puderam ensinar - a sua

Juntos, vamos mostrar que a arma contra o etarismo, a (IRP).

José Jerónimo   Conexão de 2º grau. 2º CEO – Founder do Projeto “Longevidade sem Fronteiras”/ Inclusão Etária / Saúde (Healthcare) / Palestrante / Treinamentos / Consultor.

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Fonte: https://www.linkedin.com/feed/?highlightedUpdateType=CONTENT_YOU_MAYBE_INTERESTED_IN&highlightedUpdateUrn=urn%3Ali%3Aactivity%3A7378904618354937856

A Previdência Complementar no Brasil: Estrutura, Evolução e Vantagens

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